Patrimônio

A grandiosidade do futuro Hotel-Escola da UFPel

Recursos para a reforma do Grande Hotel são aprovados pelo Iphan

Paulo Rossi -

R$ 9 milhões: esse foi o valor aprovado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a reforma do Grande Hotel. O prédio, cedido pela prefeitura de Pelotas à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em 2012, compõe o conjunto de peças culturais tombadas no Centro Histórico do município e hoje é sede do curso de Hotelaria da universidade. O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento, Otávio Peres, explica que há três anos o documento com as planilhas orçamentárias e as plantas foi enviado ao Iphan, por meio do PAC Cidades Históricas.

Somente ano passado o projeto foi concluído, após respostas do órgão que exigiam um detalhamento do orçamento e aumentaram o tempo de espera pelos trâmites burocráticos. Para o reitor Pedro Curi Hallal, o prédio tem potencial de se tornar “um dos prédios mais bonitos da cidade”. A ideia é tornar o local um Hotel-Escola, misturando as atividades de ensino a serviços externos voltados à hotelaria, inaugurando um novo hotel na cidade. A obra tem previsão de início após os três meses do processo licitatório - que se inicia com a liberação dos recursos pelo Iphan - e prazo de término de dois anos.

Térreo
Conforme a arquiteta do projeto, Cíntia Essinger, o restauro prevê para o primeiro piso do Grande Hotel a parte de recepção do Hotel-Escola, com espaços informativos tanto ao estudante como ao visitante que deseja se hospedar. Também, o restauro planeja a instalação de um café no térreo, utilizando a praça Coronel Pedro Osório como vista aos turistas. Além da construção de um restaurante aos hóspedes. Peres salienta que a licitação para o espaço ainda não tem prazo para ocorrer. “Pode ser durante as obras ou depois”, conta.

2º e 3º andares
A atual estrutura do hotel ainda guarda resquícios de uma obra inacabada pela prefeitura, que teve início em meados de 2008, detalha a arquiteta. Nos dois andares serão construídos quartos para abrigar os hóspedes, nos quais as mudanças feitas na antiga reforma serão continuadas. Os novos quartos precisarão ser adaptados, já que os antigos não continham banheiros. As obras deixaram apenas alguns quartos com o formato original e o plano é que estes mantenham peças históricas como parte de um acervo aos visitantes. Assim como o espaço reservado ao café, a licitação para decidir a gerência ainda não tem previsão.

Último andar
Desde que foi cedido pela gestão municipal à UFPel, a perspectiva era que o Grande Hotel fosse casa de visitantes e estudantes dos cursos lá abrigados, como é exemplo o de Turismo e Hotelaria. Pelo projeto de restauro, o 4º andar será o espaço dedicado às atividades acadêmicas voltadas ao ensino. Salas de aula, laboratórios de ensino, espaços para coordenação e centro acadêmico dos alunos são algumas das previsões para o pavimento. O ano letivo da universidade se inicia no dia 11 de março e, de acordo com o pró-reitor, as aulas que ocorrem no prédio continuarão parcialmente no primeiro andar. “Um cuidado que a gente teve foi de nunca fechar as portas do prédio”, afirma Peres. A iniciativa foi a forma encontrada para adiar o processo de deterioração do local.

Relembre
- Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, a gestão municipal iniciou uma reforma de restauro da fachada e cobertura do espaço em 2008. Durante as intervenções, a claraboia com vitrais foi reinstalada, passando do segundo ao quarto andar - junto à cobertura. A reforma ainda está inacabada.

- Em 2012, a Câmara de Vereadores aprovou a doação do Grande Hotel à UFPel, com a condição de torná-lo um Hotel-Escola. Um dos intuitos na ação era dividir as responsabilidades do local e tornar a universidade um dos agentes mantenedores do Centro Histórico.

- Quando o projeto de restauro inicial foi aprovado pelo PAC Cidades Históricas, a universidade retirou parte dos recursos para iniciar o planejamento orçamentário e das plantas do local, a fim de logo retornar ao Iphan.

- O projeto de restauro foi enviado em 2016 ao Iphan. Após as análises do órgão, o plano retornou à Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento com as primeiras notas técnicas sobre o detalhamento de orçamento da obra.

- A primeira resposta da nota técnica ocorreu em 2017. Outras duas atualizações foram enviadas ano passado, após pedidos do órgão, e a última foi em dezembro. Todo o processo técnico foi responsabilidade da UFPel.

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